Hoje se comemora o Dia Mundial das Cidades e nós lançamos a pergunta: como você imagina o Bairro do Futuro? Neste contexto, a organização divulga dados coletados, nos últimos três anos, em 7 países da América Latina, que busca incentivar a reflexão sobre a concreta violação de direitos que são componentes substanciais para a vida urbana, assim como a mobilização e organização das favelas mas excluídas para responder com seus próprios meios às diferentes dificuldades.
“Partimos da experiência de trabalho em terreno que nos mostra a violação de direitos em que vivem as pessoas em situação de pobreza e o esforço constante que realizam para enfrentar essa situação e buscar soluções por si mesmos”, explica María Jesús Silva, diretora do Centro de Investigação Social do TECHO Internacional.
De acordo com os dados levantados em 93 comunidades, quase um quarto delas (24%) não conta com acesso regular a nenhum serviço básico: sem água potável, sem energia elétrica nem conexão com a rede de esgoto municipal. A porcentagem restante se distribui entre quem conta com pelo menos um serviço regularizado (34,3%), com dois serviços (24,9%) e com os três regularizados (16,4%).
Esta falta de serviços colocam em risco permanente a integridade física das pessoas que, sem conhecimento suficiente ou as ferramentas necessárias, se encontram no paradoxo de acessar os meios para a sua sobrevivência em uma constante exposição vital. Do consumo de água não potável, passando pela contaminação do solo até descargas elétricas, são possíveis consequências desta situação emergencial.
“Falamos de cidades sustentáveis, inclusivas, seguras, resilientes, para 2030, mas desconhecemos o que ocorre dentro do território, onde a desigualdade é exacerbada, como o epicentro de uma catástrofe. É fundamental romper com a invisibilidade das favelas para termos consciência e nos questionarmos sobre as cidades que estamos construindo e, assim, definir novas linhas de ação. Em um contexto marcado por tantas emergências e catástrofes, aqui estamos frente a uma que, como sociedade, podemos e devemos assumir nosso papel para superá-la e alcançar cidades mais justas para todos e todas”, conclui María.