Por Aline Khouri*
Propósito e consciência social são palavras cada vez mais utilizadas para descrever a geração Z. A inquietude e o caráter questionador também fazem parte da personalidade desses jovens de 18 a 27 anos que lutam contra injustiças sociais.
Não é à toa que a juventude é um dos pilares da TETO e sempre esteve presente no DNA da organização formada por um grupo de jovens chilenos que decidiram construir moradias emergenciais para famílias em situação de vulnerabilidade em 1997.
A primeira TECHO (TETO em espanhol) da América Latina surgiu com o sonho de combater a pobreza e, em 2002, a experiência começou a ser replicada em outros países, um deles foi o Brasil. O Recife (PE) foi a cidade escolhida para inaugurar o trabalho nacional da TETO Brasil, que, desde então, mobiliza centenas de jovens que almejam uma vida digna para toda a sociedade.
Pesquisa do IDIS mostra que juventude é estratégica para o terceiro setor
A pesquisa Doação Brasil 2022, realizada pelo IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), comprova que investir na juventude é estratégico para o terceiro setor. O estudo constatou que 84% dos jovens da geração Z fizeram alguma doação no último ano em comparação com 63% em 2020. Houve mais doações de bens materiais (76%), seguidas por recursos financeiros (43%) e tempo/trabalho voluntário (30%).
A percepção da geração Z sobre a imagem das ONGs é mais positiva em comparação ao restante da população, tanto no que se refere ao papel social das organizações sociais, quanto na confiança sobre o destino das doações. A maioria (62%) se envolveu pessoalmente em ações sociais, sendo que 43% se mobilizaram mais de uma vez, o que sugere maior engajamento em relação às demais gerações.
Outro dado interessante é que a intenção de doar dos jovens é maior (52%) do que a intencionalidade dos doadores mais velhos (45%) e a juventude é mais convicta quanto ao impacto social das doações.
Segundo o IDIS, a cultura de doação no Brasil pode ser muito beneficiada pela juventude, que é mais “engajada, otimista e mais consciente da responsabilidade de cada um – indivíduos e agentes sociais – no combate aos problemas do Brasil”.
TETO Brasil no CONJUVE
A TETO Brasil conhece muito bem o potencial da juventude para gerar impactos sociais positivos. Desde sua origem, mais de 90 mil jovens participaram do voluntariado da organização e estiveram ao lado de moradores e moradoras das comunidades. Neste ano, a TETO Brasil esteve em Brasília na 4ª Conferência Nacional da Juventude para tomar posse como uma das organizações representantes da sociedade civil que compõem o Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE).
A eleição aconteceu em maio de 2024 e 60 entidades, entre titulares e suplentes, foram selecionadas para representar as múltiplas vozes da juventude brasileira na formulação das políticas públicas pelos próximos dois anos. Após participar de debates sobre o presente e o futuro dos jovens, a organização quer incentivar mais pessoas das novas gerações a lutarem por um novo mundo.
*editora do blog da TETO Brasil