Brasil. Vinte anos passaram desde o início da organização TECHO (TETO) no Chile, até sua expansão em 19 países da América Latina. Desde então, mais de um milhão de voluntários/as se comprometeram com a realidade das favelas mais precárias e trabalharam em conjunto com seus moradores e moradoras em projetos de construção de moradias mais dignas, infraestrutura comunitária, educação e desenvolvimento social.
“É muito valioso reconhecer que esta é uma organização construída fundamentalmente pelo trabalho conjunto entre jovens voluntários/as e pessoas que vivem nas favelas de diversos países, que assumiram a realidade local e latinoamericana como uma responsabilidade própria. Que traduziram sua indignação em compromisso e esse compromisso foi transformado em ações dentro e fora do TECHO (TETO)”, conta Laura Sánchez, diretora de Equipes do TECHO Internacional.
Segundo a ONU, o número atual de 106 milhões de jovens na América Latina é um dos maiores da história do continente. Para Laura, isto constitui uma oportunidade histórica. “Estamos em um momento crítico, com cenários incertos, em uma América Latina que se reconhece como a região mais desconfiada e desigual do mundo. Por isso, é fundamental que a juventude assuma o voluntariado, acima de tudo, como um exercício de cidadania para reconstruir nossos tecidos sociais e poder ser protagonista no destino de nossos países”, afirma.
De acordo com dados latinoamericanos da organização TECHO (TETO), 59% das pessoas que participaram das atividades da organização são mulheres; 16% do total dos voluntários/as têm entre 15 e 20 anos e 61% entre 21 e 29 anos. “Em momentos em que se retomam discursos que apontam para um fechamento de portas, é chave afirmar que nossos países já estão em permanente diálogo por meio das próprias pessoas que se movem, buscando exercer seus direitos e construir a sociedade que sonha. O voluntariado desconhece fronteiras e organizações como o TECHO (TETO) são frutos dessa realidade”, conclui Laura.