Somente no Brasil, 28 milhões de pessoas vivem em situação de pobreza. Há 10 anos, a organização TETO atua para transformar essa realidade.
Hoje é celebrado o Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza. Ao mesmo tempo, se comemora um ano desde a definição da Nova Agenda Urbana durante o Habitat III, a Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável, em Quito, no Equador. Para a organização TETO, a coincidência dessas datas não é pequena, quando se fala que a América Latina é a região mais desigual e a mais urbanizada do mundo.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2013, só no Brasil, cerca de 28 milhões de pessoas vivem em situação de pobreza. Em termos comparativos, este número é mais do que o dobro de habitantes de países inteiros como Portugal, Suíça, Dinamarca e nossos vizinhos: Paraguai e Bolívia.
Para Juan Pablo Duhalde, diretor do TETO/TECHO para a América Latina, “as favelas são espaços sensíveis aos problemas sociais, econômicos e políticos. É no território latino americano que convergem as desigualdades sócio-econômicas, a discriminação, a incerteza política, as catástrofes naturais. Quando esses fatores são ativados, as favelas são o espaço atingido de forma mais aguda, como um epicentro”, afirma.
Dados levantados pelo TETO em 2016 mostram a realidade alarmante das favelas do nosso país. Em São Paulo, 98% das famílias da comunidade Pernilongo moram em casas mistas de madeira, metal, papelão e/ou plástico. Na Vila Moraes, no ABC paulista, 98,1% das famílias não têm acesso a saneamento básico, despejando seu esgoto a céu aberto. Na Vila Moraes, no ABC paulista, 98,1% das famílias não têm acesso a saneamento básico, despejando seu esgoto a céu aberto. Na comunidade Caximba, em Curitiba/PR, 93% das famílias não têm acesso regular à água em suas casas. Já na comunidade Portelinha, no Rio de Janeiro, 100% das famílias não têm acesso regular à energia elétrica. Os motivos que acompanham essa realidade se devem a situação de exclusão, do mercado e do Estado, o que leva milhões de pessoas a viver em áreas de risco, sem acesso a serviços básicos elementares como água e saneamento, em moradias precárias e em permanente incerteza sobre sua situação habitacional.
Para a organização TETO, a implementação da Nova Agenda Urbana e a execução dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável devem acontecer com urgência. “A realidade política e social que enfrentamos na região exige, mais do que nunca, um trabalho conjunto como sociedade. Há comunidades que trabalham incansavelmente para transformar sua realidade, organizando-se e se mobilizando a partir do território. As soluções devem vir tanto de uma abordagem estrutural na criação de políticas públicas, como do dia a dia de cada cidadão ao pensar em uma sociedade mais justa e igualitária para todos”, conclui Juan Pablo.
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