Uma petição (www.techo.org/paises/brasil/assine) de quem vive nas favelas, comunidades e assentamentos da América Latina, busca chamar a atenção dos presidentes e representantes da região para que se comprometam em trabalhar pela superação da situação de pobreza e injustiça das comunidades mais precárias do continente. A petição, que conta com o apoio da organização TECHO/TETO, pretende mobilizar também a sociedade em geral para que, através da sua adesão, permita que o pedido dos moradores das comunidades latino americanas seja escutado.
Recentemente, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) anunciou em seu Informe Regional sobre Desenvolvimento Humano o risco de que entre 25 e 30 milhões de pessoas caiam em situação de pobreza na América Latina. Para o sociólogo e diretor das áreas sociais do TECHO Internacional, Juan Pablo Duhalde, a abordagem das comunidades resulta determinante dentro desse marco. “Antes que pobreza, na América Latina devemos falar de desigualdade. As favelas e comunidades são a manifestação mais clara disso. Nelas se encontra a população que, diante da impossibilidade de pagar por um lugar na cidade formal, se vê obrigada a viver nas favelas sem acesso regular aos serviços mais básicos, como água, luz e saneamento, com o risco de despejos e remoções”, afirma.
Para essas lideranças comunitárias e para a organização, a Terceira Conferência sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável (Habitat III), que acontecerá no Equador e reunirá os Estados membros da ONU, deve ser uma oportunidade concreta para definir compromissos e ações frente a essa realidade. Neste encontro, se dará início à implementação da Nova Agenda Urbana: que definirá o futuro das cidades para os próximos 20 anos.
A petição lançada conta a história de Bruna Affonso, moradora da comunidade Parque das Missões, no Rio de Janeiro. Bruna se encontra entre os 80% da população latino americana que vivem em zonas urbanas, mas não têm acesso à cidade: 104 milhões de latino americanos que vivem em zonas urbanas, moram em comunidades precárias, segundo a ONU-Habitat.
“Para fazer a diferença, o Habitat III deve visibilizar a realidade desigual das cidades e acordar reverter as causas que a reproduzem. Não é só responsabilidade dos governos, mas eles são um ator fundamental na criação de espaços que permitam definir ações, programas e políticas coerentes, eficientes e efetivas”, declara Duhalde.
Bruna conta que a principal fortaleza da comunidade Parque da Missões se encontra nos próprios moradores: “temos moradores com ideias maravilhosas e, com apoio ou não, conseguimos fazer alguma mudança. Aqui a gente se envolve de verdade. Abraçamos isso com toda nossa força de vontade”. Dessa forma, Bruna lidera, junto com outros integrantes da comunidade, diferentes projetos de desenvolvimento .
“A petição dessas lideranças das comunidades mais precárias é um chamado à urgência de mudar essa realidade desigual, mas também à necessidade e dever de fazer isso junto aos que vivem em situação de pobreza”, conclui Duhalde.
Sobre o TETO
TETO é uma organização presente na América Latina e Caribe que busca superar a situação de pobreza em que vivem milhões de pessoas nas favelas mais precárias, por meio do engajamento comunitário e mobilização de jovens voluntários. Com a implementação de um modelo de intervenção focado no trabalho lado a lado com moradores de comunidades, o TETO busca construir moradias mais dignas, promover a educação de crianças por meio de oficinas de leitura, e envolver toda comunidade em projetos de melhoria para seus bairros.
O TETO está presente em 19 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai, Nicarágua, República Dominicana e Venezuela. Há 10 anos no Brasil, a organização já trabalhou em mais de 100 comunidades, construiu mais de 2.500 casas emergenciais, desenvolveu cerca de 30 projetos comunitários e mobilizou mais de 30 mil voluntários.
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